Sopro de Alma

Sopro de Alma

Ganho alento
em cada palavra
soprada da alma
sem destino certo.

Sufocadas numa soenga,
abafadas numa clausura,
libertadas a medo,
decifram enigmas
interiores sem sentido.

A garganta entope
com golfadas de palavras,
esquecidas num bojo
hermeticamente fechadas.

Um sopro de alma
impele a rolha,
destrava o discurso
desconexo das palavras
proscritas da alma.

Livres de amarras,
invadem os ouvidos,
as gargantas e as bocas
há muito seladas.

No silêncio da alma,
aprenderam o grito
da revolta consciente,
da mudança urgente.

As palavras de ordem,
assumem o seu passado,
confrontam o presente,
apontam ao futuro.

Esse sopro
ecoa nos ecos
repetidos da vida …
Zorba o  Grego, Campo,10 h 20 m, 13 de maio de 2018

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