Olga

Olga

Conversas ao borralho
alheaste do teu mundo
praguejas violentamente
por vezes...
Cachopos de um raio
"açudas-lhes" a cadela.

A fúria serena numa calmaria
afagas a tua ladina
sombra imaginada da cadela
companha das tuas demências.

Revives a tua mocidade
confundindo as personagens
num enredo confuso
carregado de sentimentos.

As erupções violentas
vociferadas ao vento
transformam-se na doçura
das palavras delicadas
sentidas em cada instante.

O amor insano,
o amor recalcado,
o amor genuíno,
o amor desvairado,
brota dos teus lábios voluptuosos.

Percorres as estações
dorida pelas agruras
as memórias com prazo
de validade duvidosa.

As reminiscências submergem
o quotidiano duro
num esquecimento ausente
duma razão descontinuada.

As lágrimas choradas
deslizam no teu rosto
irrepetíveis no sulcar
da alma dilacerada
pelo amor incompreendido.

Enxugadas com o véu da noiva,
o solo da vida só,
que carrega em si
o destino de ser feliz.

Oliveira,11h55m, 7 de junho 2017
Zorb@ o Grego



Comentários

Visualizações