7 - Pecado – As fronteiras
Navegar o oceano,
num cavalo alado,
nas asas do desejo,
planar sobre os continentes
fustigados pela fome.
Desespero por aterrar
nos desertos cálidos,
desbravar florestas
virgens de preconceitos.
O voo elegante do flamingo
tolhe o meu olhar
terno de criança
espantado com o maravilhoso.
Com os pés no chão,
descalços e desnudos,
percorro a poeira da estrada
com pegadas firmes.
Na curva da estrada,
o infinito reabre alas,
ao horizonte longínquo
num entardecer solene.
À beira da estrada,
desfio os dias calmos,
o sossego instalado
derruba as nossas certezas.
A noite cai embrenhada
em gargalhadas sonoras,
o riso rasga o rosto
resplandecente de felicidade.
Oliveira, 3 de abril de 2019 – 12 horas
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