Aguardo

 



AGUARDO


Aguardo sereno

o desfiar do tempo,

cada segundo ecoa

na minha cabeça

um martelar de kronos.


Mitológico esse tema,

devorado pelo tempo

envelheço sem dar conta,

será assim o destino.


Aguardo sentado,

o devir da vida

estagnada de tédio,

escrevo para matar

as palavras silenciosas

sacudidas nesta penumbra.


Um tic, tac mudo

acaricia os meus dias,

serão os últimos,

quem sabe a resposta?



Aguardo alerta,

os sinais severos,

as sequelas dessa inércia,

o barulho abandonou-me.



Um pestanejar lento,

movimentos parados,

vergado pela ausência,

sigo imóvel nessa caminhada.


Aguardo um sinal,

um aceno prosaico...



Partirei em breve

em busca do tempo,

a felicidade aguarda-me certamente.



Campo, 05 março 2021

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