Na Taberna

Na Taberna

As portadas rodadas nos gonzos
enclausurou conversas fiadas
entre paredes surradas de fumo
dos cigarros fumados pela súcia.

Os gabarolas regateiam a atenção
dos ouvintes nesta taberna
mundana de poucas virtudes
abundante de pecados e vícios.

Sítio mal frequentado
ao mulherio vedado,
insinuações e galanteios
mordazes
numa alcova saturada
de corpos transpirados.

Braços de ferro,
ombro a ombro,
olhos nos olhos,
nas mesas povoadas,
constelações de copos baços
venerando um pichel de vinho.

A arraia miúda ébria
desata zaragatas antigas
vinga ameaças veladas
engole ofensas covardes.

Um murro no balcão
quebra a harmonia
os safanões desabotoam
camisas encardidas
da labuta nos socalcos.

Grande barulho de vozes
indomáveis,
toldadas na sua razão
serenadas pela autoridade
calejada do taberneiro.

Campo, 8 de janeiro de 2018
Zorb@ o Grego

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