Outono

Outono

Suspensas no ar
as folhas acrobatas
rodopiam para a manta
morta pelas passadas estaladiças.

O vento arruma as folhas
numa ordem própria
que o cantoneiro diligente
sugará para as entranhas
da máquina devoradora
de tonalidades outoniças.

Implorar mais tempo
serve de pouco às folhas
caídas em desgraça
caducas por natureza.

Encerrado o ciclo de vida
aguardamos o inverno
gélido dos fogões de lenha
o renascer das folhas viçosas...

Essa seiva brotará luxuriante
num acesso de brutalidade
humanamente incontrolável.

Fontelo, 17h19m, 13 de setembro 2017
Zorb@ o Grego


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