Maias

Maias

Salpicais as encostas
de amarelos silvestres
as pastagens dos gados
sem redil próximo.

A cada balir sonoro
uma bocada perdida
numa paisagem olvidada
por transeuntes velozes.

Todos os tons de verde mesclados
num assombro de vida
primaveril tardio
serpenteado de riachos...

Momentos sentidos
nos aromas suspensos
nas maresias campestres
cheiros inebriantes
a húmus de fertilidade.

Germinar nessa terra
ancestral e húmida
os frutos sequiosos
da abundância infinita.

Maias espontâneas
em aguarelas desbravadas
por pincéis divinos
numa tela profana.

O Estio abrasador
secará regatos, riachos
as gotas de orvalho matinal
dourando os arbustos rasteiros
outrora verdes de frescura.

As Maias despedem-se
airosamente dos olhares
prometendo novas visitas
em cada maio maduro
de frutos no ventre.

Oliveira, 17 horas, 29 de maio de 2017
Zorb@ o Grego



 

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