Lobos sem Patrão
Lobos sem Patrão
Ver com olhos de ver
uma alcateia a desafiar
a autoridade dos aldeões ...
a prosápia dos poderes.
Tapadas e baldios na serra
foragidos a monte
aterros feitos de merda
um pequeno guarda que berra.
Nascentes de água pura
os folguedos do cura
o festejo com vinho dura.
O Ismael, o Amadeus e o povo conjuram
o destino da lura.
A bruxa adivinha
o pecado da tentação
o cego apalpa a canção
os lobos uivam de coração
as autoridades procuram uma solução
os aldeões afirmam uma convicção.
Um funeral festivo
um povo contente
o pecado presente
um galante ativo.
As crianças saudosas
um avô agarrado ao chão
uma viúva vingada
um João desaparecido em vão.
A serra chama por nós...
num apelo de capitão
sentir apego a uma terra
aconchega o coração.
Uivemos como lobos...
Já ninguém ousa imaginar uma alcateia.
Campo, 11h36m, 24 de maio de 2016
Zorb@ o Grego
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